Operação Tango da PF vai investigar relações com Banco Santos

12/04/2005 - 18h59

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Polícia Federal (PF) vai avaliar os documentos apreendidos ontem (11) durante a deflagração da Operação Tango, e espera recolher informações sobre as atividades que a quadrilha mantinha com o Banco Santos. Em junho de 2004, o Banco Santos comprou a empresa Vale Couros Trading S.A. – utilizada pela organização criminosa para a realização das atividades fraudulentas. A PF também está investigando a participação de outros bancos no esquema da quadrilha.

A Operação Tango foi realizada simultaneamente em cinco estados e no Distrito Federal para desarticular uma organização criminosa que atuava a partir da criação de créditos "frios", oferecidos a empresas com dificuldades financeiras. Para desmanchar a quadrilha, a Polícia Federal contou com a participação da Corregedoria Geral da Receita Federal, que mobilizou 300 policiais federais e prendeu 13 criminosos. Um ainda está foragido. Entre os presos está o líder da quadrilha, o argentino César de La Cruz Mendoza Arieta, apontado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI ) e outras investigações como um dos maiores fraudadores da previdência social. De acordo com a CPI, em três anos, Arieta teria adquirido cerca de US$ 3 bilhões ilicitamente.

Entre janeiro e julho de 2004, a quadrilha movimentou cerca de R$ 1,5 bilhão em um esquema bancário fraudulento. O delegado regional de combate ao crime organizado em Porto Alegre responsável pela coordenação da Operação Tango, Ildo Gasparetto, informou que a PF e a Receita Federal continuarão investigando as atividades bancárias da organização para saber a origem e o destino do dinheiro. "Essa movimentação está sendo investigada. Queremos saber de onde saiu esse dinheiro, o que foi feito dele e para onde ele foi."

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