Brasil quer exportar mais para equilibrar balança comercial com Nigéria

12/04/2005 - 13h16

Mylena Fiori
Enviada especial

Acra (Gana) – O Brasil está decido a equilibrar a balança comercial com a Nigéria. Em discurso na manhã dessa terça-feira (12) em Abuja, capital da Nigéria, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou que o país africano já é um parceiro importante. Em 2004, o intercâmbio comercial Brasil-Nigéria totalizou US$ 4 bilhões. O déficit brasileiro, entretanto, foi de US$ 2,99 bilhões. "O comércio é uma via de duas mãos, onde você compra e vende. Precisa haver equilíbrio nessa relação", disse Lula.

Lula destacou o setor de serviços, ciência e tecnologia e implementos agrícolas como potenciais para o incremento das exportações brasileiras. "Cabe a nós desafiar os empresários para que visitem a Nigéria, para que descubram que tipo de parceria podem fazer com os nigerianos, que tipo de produtos podemos comprar, além de petróleo, e que tipo de produtos podemos vender além do que já vendemos."

Ontem, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, havia declarado que pretendia levar uma missão comercial à Nigéria já no início do próximo semestre.

Lula e o presidente nigeriano, Olosegum Obasanjo, também trataram da questão da dívida nigeriana com o Brasil, de cerca de US$ 160 milhões, e manifestaram intenção política de resolver a questão. Nigeriano assegurou que enviará representantes ao Brasil para discutir o caso. Na Nigéria, um grupo de trabalho discutirá a questão.

"O que queremos deixar claro é que herdamos essa situação do passado e não quero que Brasil e Nigéria passem a se acusar", disse Obasanjo. Lula, por sua vez, afirmou que a dívida não é grande e que não tem dúvida de que logo haverá um acordo satisfatório. "O mais importante de tudo é que há vontade política dos dois países", garantiu Lula.

A programação da Nigéria encerrou-se com assinatura de protocolo na área de agricultura. Os detalhes ainda não foram divulgados. O acordo de transferência de tecnologia para o laboratório de anti-retrovirais avançou, mas não foi concluído, segundo informações da assessoria do planalto.

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