CORREÇÃO: Suspeito preso nega envolvimento em assassinato de missionária no Pará

19/02/2005 - 18h25

Spensy Pimentel
Enviado especia

Altamira (Pará) - Depois de se apresentar à Polícia Civil de Altamira, na tarde deste sábado (19), Amair Feijole da Cunha, o Tato, confirmou que conhecia os dois homens acusados de serem os executores da missionária Dorothy Stang, morta no dia 12 em Anapu (PA). "Eles trabalhavam para mim jogando semente."

Tato, no entanto, negou ter envolvimento no crime e argumentou que, no momento do assassinato, estava na mata "serrando madeira". Disse ainda não saber que a freira estava sendo ameaçada. Ele afirma ser "conhecido" do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida (acusado de ser o mandante do crime), mas não o vê há 20 dias.

Tato disse ainda que, quando soube do crime, decidiu fugir por medo de sofrer retaliações da população. "Quando saí do rancho, vinham mais de 20 pessoas com espingarda. Eles tava tudo armado, já tinha notícia de que ela tinha assassinado (sic). O que eu ia esperar?".

Ele afirmou que no dia anterior ao assassinato, teria assistido a uma reunião da missionária com os assentados. "Na sexta-feira, o que eu ouvi ela dizendo é que era para tirar a gente de lá a todo custo, porque ela conseguiu as terras da parte de cima dessa forma, tirando o pessoal, os fazendeiros". De acordo com Tato,na ocasião, Dorothy Stang teria dito que a Justiça de Altamira e Anapu já havia "virado as costas pra ela".