Recife, 14/2/2005 (Agência Brasil - ABr) - Recife é a primeira capital do país a contar com um programa, dentro das instituições públicas das redes de ensino municipal e estadual, para detectar, diagnosticar, encaminhar e prevenir a violência física e psicológica praticada contra crianças e adolescentes. Nos próximos 15 dias, a iniciativa será estendida às cidades de Fortaleza (CE) e Belém (PA).
O projeto "Escola que protege", do Ministério da Educação, foi lançado hoje pelo secretário nacional de Educação Continuada, Ricardo Henriques, durante solenidade no gabinete do prefeito da capital pernambucana, João Paulo.
De acordo com Henriques, a idéia é criar uma agenda coordenada a partir da sala de aula, com o objetivo de enfrentar as múltiplas determinações da violência praticada no dia-a-dia, como discriminação, abuso e exploração sexual. Para o projeto dar certo, acrescentou, será preciso capacitar professores no combate ao problema, dar formação para os pais nas comunidades e criar centros de atendimento às vítimas, dotados de assistentes sociais, médicos e psicólogos.
A previsão é de que nos próximos seis meses 200 professores pernambucanos recebam orientação para o atendimento a 160 estudantes de 80 escolas públicas.
Para lançar o projeto, o MEC se baseou em pesquisas realizadas pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos e a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Os estudos constataram que no ambiente escolar ocorrem vários tipos de práticas discriminatórias e de violência, incluindo até mesmo o assédio sexual.