Nelson Motta
Enviado especial
Caracas (Venezuela) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez hoje um apelo aos países da América do Sul, para que não atuem sozinhos, mas sim como uma comunidade sul-americana de Nações. "Esse é o sonho maior que carrego, de podermos negociar conjuntamente, não enquanto país, mas enquanto um conjunto de países, para que a gente consiga fazer com que nosso povo possa ter a oportunidade de conquistar a cidadania plena", disse o presidente, depois de assinar a Declaração de Aliança Estratégica de Cooperação com a Venezuela.
Lula lembrou ao presidente Hugo Chávez que essa cidadania plena não é muito. "É morar, trabalhar, comer, estudar, ter acesso à cultura e ao lazer. É tão pouco, que todo mundo poderia fazer", disse o presidente brasileiro.
Os 20 atos assinados e o encontro dos empresários brasileiros e venezuelanos foram destacados pelo presidente Lula como um encontro que não pode terminar hoje. "O próximo passo nosso é, como fizemos hoje com os empresários, fazermos na área social. Com o mesmo respeito com que recebemos os empresários, devemos fazer com os movimentos sociais, porque a integração passa pelo transitar livre de nossos povos", destacou Lula.
O presidente Lula disse estar feliz com o que vem fazendo pela integração, pois está fazendo com empresários e governantes que acreditam nessa integração. "Aqueles que diziam que nós não devíamos fazer relações com os países em via de desenvolvimento, é só pegar os números das exportações brasileiras e vão perceber o quanto cresceu o nosso comércio com a América do Sul, África, Índia, o mundo árabe, a China, e o quanto pode crescer. Não agindo como Brasil, mas agindo como Comunidade Sul-Americana de Nações", acrescentou o presidente brasileiro.