Gabriela Guerreiro e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A eleição para a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados fez voltar à Casa Legislativa o deputado André Luiz (sem partido-RJ), que corre o risco de perder o mandato por estar respondendo a processo de cassação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. O deputado estava ausente do parlamento desde outubro do ano passado, quando foi instaurada a sindicância para apurar o caso.
Depois de amanhã (16), André Luiz será ouvido pelo Conselho, que apura denúncias de que ele teria tentado extorquir R$ 4 milhões do empresário de jogos Carlinhos Augusto Ramos, o CarlinhosCachoeira, em troca da retirada do nome deste do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Loterj, realizada pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.
André Luiz, no entanto, está otimista quanto a seu futuro como parlamentar. "Não estou com receio de perder o meu mandato. Senão, eu teria renunciado", afirmou, ao chegar à Câmara. O deputado não revelou o nome de seu candidato à presidência da Câmara, mas disse que recebeu telefonemas de Severino Cavalcanti (PP-PE) e de Virgílio Guimarães (PT-MG). André Luiz também negou que tenha recebido qualquer pedido de votos em troca de ações que ajudem a
dificultar sua cassação. Ele garantiu que estará presente à sessão do Conselho de Ética que vai definir seu futuro na Câmara. "Comparecerei pessoalmente ao Conselho para me defender do processo", garantiu.
O deputado não compareceu para se defender na Comissão de Sindicância da Câmara que investigou as denúncias de envolvimento com Carlinhos Cachoeira. Mesmo diante da recomendação feita pela Comissão para que seja cassado, o parlamentar argumenta que há falhas no laudo do perito Ricardo Molina - que analisou o teor das gravações com denúncias contra o deputado. O advogado do parlamentar, Michel Saliba, havia recomendado que ele renunciasse ao mandato para evitar a perda dos direitos políticos.