Elisângela Cordeiro
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - A indústria de máquinas e equipamentos prevê investimentos de R$ 8,271 bilhões este ano, valor 35,6% superior aos recursos empregados no ano passado, que foram de aproximadamente R$ 6,1 bilhões. O presidente da Associação da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Newton Mello, afirmou que os contratos assumidos serão honrados mesmo em um cenário desfavorável em razão da valorização cambial e do aumento do preço do aço. "O fato é que o investidor de máquinas está disposto a se segurar, fazer um sacrifício para não perder aquele cliente tão duramente conquistado", salientou. Ele lembra que o intervalo entre as primeiras negociações para a venda até a entrega do produto pode chegar a um ano.

Newton Mello acredita que o equilíbrio conquistado na balança comercial do setor deve ser mantido, porque o reflexo dos dois fatores deve mexer tanto nas exportações quanto em importações. Ele lembra que não é possível produzir no Brasil tudo o que o mercado nacional de máquinas e equipamentos necessita, porque existe procura por produtos específicos, fabricados em poucas unidades para um mercado pulverizado. Por isso, segundo ele, as importações sempre serão uma necessidade.

O presidente da Abimaq justifica que os bons resultados do setor em 2004 foram puxados pela atividade industrial brasileira aquecida e pelo bom desempenho no setor agrícola. "O setor reagiu à altura", destacou, ao lembrar que o parque industrial brasileiro se tornou mais moderno em tecnologia e ampliou mercados. Dados da Abimaq revelam que o faturamento do setor em 2004 chegou a R$ 45,613 bilhões, valor 30% superior ao resultado do ano anterior. O desempenho foi o melhor dos últimos nove anos.