Lula fala das iniciativas para beneficiar os jovens em programa de rádio

07/02/2005 - 8h06

Jornalista: Olá, amigos de todo o Brasil. Eu sou Luiz Fara Monteiro e começa agora mais uma edição do Café com o Presidente - o programa de rádio do presidente Lula. Tudo bem, presidente?

Presidente: Tudo bem, Luiz.

Jornalista: Presidente, o senhor lançou no dia primeiro o programa de inclusão de jovens, o ProJovem. A gente sabe que muitas moças e rapazes estão num beco sem saída por falta de estudo e trabalho. Está pintando aí a oportunidade de dar uma virada nesta situação, presidente?

Presidente: Luiz, antes de entrar no assunto do programa ProJovem, é importante lembrar o seguinte: nós não criamos apenas o programa ProJovem, que é para atender jovens que não completaram a oitava série e que têm dezoito anos e que nós queremos é introduzi-lo na escola. Nós criamos também a Secretaria Nacional da Juventude, ligada a Secretaria-Geral da Presidência da República. E mais ainda, nós criamos também o Conselho Nacional da Juventude. Tudo isso é uma forma de fazer com que a juventude brasileira tenha um canal de participação e que possa trazer para o governo as idéias-forças para que a gente possa elaborar as políticas públicas para este segmento da sociedade brasileira, que daqui a dez, 15 ou 20 anos estarão governando essas cidades, esses estados e esse querido país. É importante também dizer que o Café, hoje, tem uma novidade. Eu estou aqui com nosso companheiro Luiz Soares Dulci, que é o ministro-secretário geral da Presidência da República. E o companheiro, que na verdade, coordenou junto com outros ministros e com a sociedade civil a elaboração desse programa. Portanto eu acho, Luiz, que vou pegar carona com você e vou fazer a pergunta para o Dulci.
Dulci, explica para os nossos ouvintes e para as nossas ouvintes que estão, neste momento, assistindo o programa Café com o Presidente o que é o programa ProJovem?

Ministro: Bom dia, presidente. Bom dia, Luiz. Bom dia, ouvintes. O ProJovem é destinado a atender os jovens que têm mais de 18 anos e menos de 24, vivem nas grandes cidades, não completaram nem o ensino fundamental, que hoje é o mínimo que se exige para qualquer emprego, e estão desempregados. Nós vamos fazer nas 27 capitais, em parceria com as
prefeituras municipais das capitais, esse programa. O jovem vai ter a oportunidade de ter a chamada escolaridade acelerada, mas de boa qualidade.

Jornalista: Essa escolaridade acelerada, ministro, significa aquele aluno que, por exemplo, estudou só até a quinta vai poder chegar até a oitava em menos tempo que o normal?

Ministro: Em menos tempo que o normal, mas no tempo necessário. Se ele, por exemplo, abandonou na oitava série, ele precisa de menos tempo. Se ele abandonou na quinta série, ele precisa de mais tempo. Os jovens terão que estudar e receberão diploma. O jovem poderá chegar a uma empresa: "Tem a oitava série? Tenho". Por outro lado, eles receberão formação profissional e sairão também com um diploma das profissões. Profissões compatíveis com oito anos de escola. Além disso, todos os jovens desse programa vão aprender informática e sairão com essa habilitação. Vão receber auxílio mensal de R$ 100, porque na cidade grande o jovem precisa se deslocar e para manter seu transporte, etc, precisa de um auxílio.

Presidente: E é importante, Luiz, a gente dizer que o que nós estamos fazendo é tentando criar as condições, devolvendo a esse jovem a oportunidade e a esperança para que ele volte a acreditar nas suas próprias forças. E para que ele possa trilhar o caminho do bem junto com a sua família. É um investimento extraordinário porque a devolução da esperança e a criação da oportunidade para o jovem não têm preço. Agora, Dulci, eu queria fazer uma outra pergunta para você. O que é que tinha na cabeça da juventude, qual é a expectativa dela com a criação da Secretaria Nacional da Juventude e do Conselho Nacional da Juventude?

Ministro: Foi um processo muito lindo, não é presidente? O jovem sentiu que não havia na estrutura do Estado brasileiro o seu lugar. Por isso, no ato de instalação da secretaria, o MV Bill, um dos maiores rappers do Brasil. Ele é um líder.

Jornalista: Ele vem da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro – conhecido nacionalmente pelas suas músicas de rap.

Ministro: Ele falou uma coisa linda, uma coisa verdadeira e muito bonita. Ele falou: "Antes, os governos olhavam para nós, mas não nos enxergavam". Essa secretaria não é só para que o governo possa fazer coisas pelos jovens, mas é também para que os jovens possam se expressar.

Jornalista: Esse é o Café com o Presidente, programa de rádio do presidente Lula. Nós estamos conversando, além do presidente, com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci.

Presidente: Hoje você conversou com o ministro e eu, por acaso, estou aqui dando uns palpites. E eu vou dar um palpite aqui sobre a frase do MV Bill. Ele dizia, antes, eles olhavam, mas não enxergavam a gente. Ele queria dizer que o Estado brasileiro e os governos olhavam, mas não enxergavam. Essa frase me leva a fazer uma pergunta para os nossos ouvintes. Eu tenho cinco filhos e eu fico sempre imaginando que, muitas vezes, os problemas que as nossas crianças carregam, eles não acontecem por problemas fora da nossa casa. Muitas vezes, na grande maioria, os problemas acontecem em função do nosso comportamento dentro de casa. De vez em quando eu me pergunto, quantas vezes e quantos dias fazem que eu não converso com meu filho. E essa pergunta, eu queria fazer para os ouvintes, para o pai e a mãe que está ouvindo esse programa, você já conversou com seu filho hoje? Nós precisamos assumir a responsabilidade pelo que nós queremos que nossos filhos sejam. Por isso, eu queria terminar esse nosso Café agradecendo ao companheiro Dulci e agradecendo o Luiz, mais uma vez sua coordenação do programa. Mas dizer a todos os pais do Brasil que nós temos a obrigação de garantir aos nossos filhos um mundo melhor do que aquele que nós recebemos dos nossos pais. Portanto, nós estamos tentando fazer a nossa parte, enquanto governo, mas você, meu amigo e minha amiga como companheiro do seu filho, faça sua parte, pois você fará mais do que o Estado e do que o governo.

Jornalista: Esta foi mais uma edição do Café com o Presidente. Nós voltamos daqui a 15 dias. Obrigado, presidente Lula.

Presidente: Obrigado a você, Luiz.

Jornalista: Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, obrigada pela sua participação no nosso programa.

Ministro: Eu que agradeço.