Spensy Pimentel
Enviado especial da Radiobrás a Manaus
Manaus – "Para as populações tradicionais, a regularização de terras nunca chega. Quando alguma empresa se apresenta interessada a investir na região, em seis meses, está tudo pronto", denunciou hoje Valmir do Nascimento Melo, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nova Aripuanã (AM), durante a reunião dos representantes de movimentos de trabalhadores rurais, ribeirinhos e agricultores familiares que acontece no 4º Fórum Social Pan-Amazônico.
Valmir reclama também do rigor da política ambiental em relação às comunidades tradicionais da região, além da falta de combate aos grileiros. "O desenvolvimento sustentável nas cartilhas do governo federal é o que nós queremos? Esse desenvolvimento sustentável do agronegócio?"
Antonia Calixto, agricultora de Coroatá (MA), também reclama do modelo dos latifúndios exportadores. "O agronegócio tem trazido muito prejuízo para os trabalhadores daquela região", reclama, lembrando que, em contrapartida ao abandono em relação aos pequenos agricultores, há apoio oficial para o estabelecimento da criação de camarões e de búfalos, entre outras atividades.
A lentidão dos bancos públicos com financiamentos para pequenos produtores também foi lembrada: "Na hora de liberar o dinheiro, os bancos oficiais põem uma série de dificuldades. Tem de denunciar o gerente do banco, só assim vamos avançar", afirma o sindicalista Valmir.