Parcela da dívida mobiliária federal corrigida pelo dólar atinge menor índice da série histórica

15/12/2004 - 11h18

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A parcela da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) corrigida pelo dólar manteve a tendência de queda em novembro e atingiu o menor percentual da série histórica que começou em 1999, caindo de 11,24% para 10,35%. A expectativa, no entanto, é que a exposição cambial da dívida interna suba para 10,5% até o final de dezembro porque pode não haver resgate de títulos corrigidos em dólar neste mês.

A parcela da dívida pública mobiliária federal interna atrelada ao dólar, que em dezembro era de R$ 161,39 bilhões, alcançou no mês passado R$ 81,21 bilhões – redução de mais de 50%.
"Foi um processo de redução bastante rápido e significativo. Houve menor volatilidade da taxa de câmbio ao longo do ano e melhor expectativa dos agentes de que não há pressões sobre o balanço de pagamentos que possam levar a uma depreciação significativa da taxa de câmbio", afirmou Sérgio Goldenstein, chefe do Departamento de Mercado Aberto do Banco Central.

Influenciou, ainda, segundo ele, a redução do dívida externa das empresas privadas brasileiras.

É importante destacar que quanto menor a participação de títulos cambiais na dívida, menor o risco e maior a previsibilidade que o Tesouro Nacional tem para o pagamento de suas obrigações. Além disso, diminui a chance das oscilações da moeda norte-americana contaminarem a dívida pública federal interna.

Os números divulgados hoje em Brasília pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central mostram, porém, que a DPMFi, que é a dívida em títulos do governo federal em poder dos credores residentes no país, teve elevação de 1,1% em novembro, em comparação ao mês anterior, e subiu para em R$ 784,9 bilhões – um acréscimo de R$ 8,44 bilhões devido aos juros, além da emissão de títulos.

A parcela da dívida em títulos prefixados (o investidor e o governo acertam previamente a taxa de correção do papel), no entanto, aumentou de 17,4% para 18,7% e permaneceu dentro das projeções do governo no Plano Anual de Financiamento do Tesouro Nacional (entre 13 e 23%).

A parcela de papéis corrigidos por índices de preços (pela inflação) manteve-se estável em 15,3%. Já a participação de títulos ajustados pela Selic (taxa básica de juros) caiu de 59% para 58,4%.

Os bancos nacionais foram os maiores compradores de títulos públicos federais em novembro, com participação de 73% no valor das ofertas. O prazo médio das emissões de títulos aumentou para 18,1 meses e o estoque registrou ligeira queda (28,5) para 28 meses.