Especial 4 - Brasil ainda carece de doadoras de leite materno

15/12/2004 - 14h38

Iara Falcão
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A doação de leite humano ainda não é suficiente para atender às necessidades dos bancos de leite brasileiros. Segundo a coordenadora da Política Nacional de Aleitamento Materno, do Ministério da Saúde, Sônia Salviano, apenas o Distrito Federal consegue atender 100% da demanda. Mesmo assim, qualquer quantidade arrecadada faz diferença. "Uma criança com um mês de idade chega a tomar um litro de leite por dia. E esse mesmo litro muitas vezes é capaz de atender a 30 bebês prematuros no decorrer de uma semana", explica a dra. Sônia.

O problema, segundo ela, é o número de doadoras, que é pequeno, além do fato de que elas não se dispõem a doar muito. "A maioria das mulheres chega a doar algo em torno de meio litro", ressalta Sônia. Daí a necessidade de existirem mais mulheres como a dona-de-casa Isabel Barbosa de Castro Moraes, de 20 anos. Mãe de uma filha de dois meses, ela faz doações semanalmente para o Banco de Leite Humano do Hospital Regional da Asa Norte – HRAN, em Brasília. Mas, nem sempre foi assim. Quando teve o primeiro filho, não sabia da importância da doação. "Eu jogava fora o leite extra", conta. Atualmente, um carro do hospital vai até a sua casa buscar o líquido.

Para conscientizar as mães e estimular o aumento do número de doadoras, o Ministério da Saúde estabeleceu este ano o 1o de outubro como Dia Nacional da Doação de Leite Materno. "O Ministério da Saúde quer falar para a população que a doação de leite humano é tão importante quanto a doação de órgãos. Doar leite é fundamental, porque doar leite é doar vida."