Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As centrais sindicais vão pressionar o Congresso Nacional para aumentar o valor do reajuste concedido pelo governo ao salário mínimo. A proposta do governo foi anunciada esta manhã. Segundo o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, o governo irá aumentar o salário mínimo para R$ 300 a partir de maio de 2005 e corrigir a tabela do imposto de renda em 10% a partir de janeiro. A Marcha por um Salário Mínimo Digno, organizada pelas centrais sindicais, que chegou a Brasília hoje (15), reivindicava o reajuste de R$ 300 em janeiro ou R$ 320 em maio.
"Isso já é o resultado de uma conquista da marcha, mas para nós isso ainda é insuficiente. Portanto, vamos discutir no Congresso para aumentar esse valor. O salário mínimo para nós é tão importante que vamos lutar para aumentar um pouco mais ou antecipar os R$ 300 em alguns meses", afirmou Marinho.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, considerou razoável o reajuste da tabela do imposto de renda, mas disse estar frustrado com o novo valor do mínimo. "Nós viemos para cá dispostos a aceitar os R$ 300, desde que fosse em janeiro. Em maio significa que o governo Lula está dando um aumento de 9,3%. Ele tinha reajustado até agora apenas 5,3%. Portanto, para cumprir o compromisso de campanha falta muito."
Segundo Luiz Marinho, o presidente Lula anunciou também a criação de uma comissão quadripartite para preparar uma política de recuperação do salário mínimo a longo prazo, uma das reivindicações das centrais sindicais.