Aline Bastos
Repórter da TV Nacional
Belo Horizonte - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ironizou hoje reportagens recentemente publicadas na imprensa brasileira sobre uma suposta crise no Mercosul. "É muito curioso você ler na imprensa que o Mercosul está em crise. Só que o número de países querendo negociar com o Mercosul é cada vez maior. Quer dizer, é algo curioso. Só nós é que temos essa visão pessimista", disse em Belo Horizonte.
O chanceler disse que é preciso encontrar soluções para o Mercosul compatíveis com o espírito de integração regional e que preservem os objetivos legítimos das relações estratégicas entre Brasil e Argentina. O chanceler negou qualquer retaliação do Brasil por meio da restrição das importações de produtos argentinos em virtude de recentes limitações impostas pelo país vizinho às exportações brasileiras de itens como eletrodomésticos.
"Não participei das discussões específicas na área de automóveis. Eu sei que nós temos aumentado crescentemente a nossa participação no mercado argentino", disse o ministro. Segundo ele, "a produção brasileira é mais competitiva. Mas não é razoável pensar que a Argentina não terá uma indústria automobilística’, afirmou.
O chanceler fez uma comparação da Cúpula do Mercosul, em Minas Gerais, com a Cúpula Sul-Americana de Cuzco, realizada no Peru na semana passada, onde foi assinada a ata de criação da Comunidade Sul-Americana de Nações: "Muitos comentaram que a reunião de Cuzco não tenha sido exitosa. Todos os presidentes, praticamente, da América do Sul terão participado ou de uma ou de outra (reunião). Então, acho que estamos vendo um desenvolvimento muito grande desse espírito sul-americano que ajuda na nossa integração".