Brasília, 15/12/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, disse hoje (15) que qualquer mudança no aumento do salário mínimo, R$ 300 a partir de maio, poderá significar cortes em programas governamentais.
"Essa é uma conta que tem impactos cruzados, ou seja, se houver qualquer tipo de modificação em relação a essa proposta de 300 reais implica em cortar outros tipos de despesa, inclusive em programas sociais do governo, o que não é desejável", explicou Berzoini ao ser questionado sobre a declaração de representantes sindicais de que vão pressionar o Congresso Nacional para que o reajuste seja maior.
Antes de anunciar o novo valor do salário mínimo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com representantes das centrais sindicais que lideraram a Marcha por um Salário Mínimo. Na saída do encontro, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, disse que o valor foi uma conquista da marcha, mas que as centrais vão continuar reivindicando aumento maior. "Isso já é o resultado de uma conquista da marcha, mas para nós isso ainda é insuficiente. Portanto, vamos discutir no Congresso para aumentar esse valor. O salário mínimo para nós é tão importante que vamos lutar para aumentar um pouco mais ou antecipar os R$ 300 em alguns meses", afirmou.
Berzoini destacou que o novo valor é uma conquista dos trabalhadores e um esforço do governo. Ele ressaltou que o diálogo será mantido com os sindicalistas.