Alta da Selic reduzirá crédito e comprometerá criação de empregos, diz Fecomércio

15/12/2004 - 19h36

Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) criticou no início da noite a decisão do Conselho de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa de juros básica da economia, a Selic para 17,75%. "O crescimento do comércio em 2004, com base na ampliação do crédito, já começa a se esgotar. O processo será ainda mais rápido com as altas da taxa de juros. Já no início do próximo ano, deverá ocorrer redução do volume de crédito ao consumidor, que também já vê o futuro com menos otimismo", diz a nota divulgada à imprensa pelo presidente da entidade, Abram Szajman.

Para a Fecomércio-SP, as sucessivas altas da Selic comprometerá a retomada dos investimentos, a criação de empregos e geração de renda. "As constantes altas da taxa de juros geram insegurança, desestimulando os investimentos do setor privado, e elevam a dívida pública, impedindo que o governo tenha mais recursos para investir", avalia a nota. A entidade avalia também que a queda da Selic seria benéfica para reverter a tendência de valorização do real frente ao dólar e que seu aumento, em contrapartida, atrai capitais estrangeiros e valoriza a moeda nacional.