OIT: Brasil melhorou nos principais itens de pesquisa sobre trabalho na América Latina e Caribe

10/12/2004 - 18h05

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Brasil foi o único país de todos da América Latina e do Caribe que apresentou melhora nos cinco principais itens da pesquisa anual da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O Panorama Laboral referente aos três primeiros trimestres de 2004 analisou detalhadamente o progresso do desemprego, informalidade, salário industrial real, salário mínimo real e produtividade em onze países da América Latina e Caribe.

De acordo com o estudo, os países selecionados (Argentina, Brasil, Colômbia, El Salvador, Uruguai, Venezuela, Costa Rica, Chile, Equador, México e Peru) produzem juntos 95% das riquezas da região.

Ao comparar 2004 com o ano anterior, o estudo mostra que o desemprego diminuiu, nos nove meses do ano, em seis dos onze países analisados. Argentina, de 19,1% para 14,6%; Brasil, de 12,4% para 11,9%; Colômbia, de 17,3% para 16%; El Salvador, de 6,6% para 6,5%; Uruguai, de 17,4% para 13,4% e Venezuela, de 18,8% para 16,1%.

O desemprego se manteve constante na Costa Rica (6,7%) e aumentou em quatro países: Chile, de 8,9% para 9,2%; Equador, de 10% para 11,1%; México, de 3,2% para 3,8% e Peru, de 9,4% para 9,7%. A taxa média de desemprego na região é de 10,5%, o que equivale a aproximadamente 19,5 milhões de pessoas.

"Começou a aparecer uma série de resultados positivos em decorrência do retorno do crescimento. Um crescimento que nos primeiro nove meses na região da América Latina e Caribe atingiu, mais ou menos, uns 5%", analisou Armand Pereira, diretor da OIT no Brasil.

Analisando especificamente o desempenho do Brasil no estudo, Armand citou a informalidade como um dos principais problemas. Nos últimos 13 anos, a taxa de informalidade ficou em torno de 4%.

"O Brasil continua tendo um problema de informalidade. Isso se reflete em alguns fatores como o número de contribuintes com a Previdência. Isso é preocupante, há necessidade de melhoria, mas a tendência já é de aumento da formalização de trabalhadores formais no Brasil, já vem ocorrendo em alguns anos, especialmente na área rural, mas também na área de transportes. E é uma tendência que nós acreditamos que vai continuar", afirmou Armand.

Nos nove primeiros meses de 2004, o salário industrial no Brasil apresentou alta de 9,1%, elevação de 4,2% no salário mínimo e de 1,3% em produtividade.