Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A possibilidade de o PMDB de deixar a base aliada e o governo, levantada em reunião dos governadores e da cúpula partidária, levou hoje o presidente do PT, José Genoino, a procurar os líderes peemedebistas no Congresso para tentar dissuadi-los da idéia. O primeiro encontro foi com o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), a quem Genoino disse que o PT vai insistir para que todo o partido integue a base de apoio do governo.
Depois, Genoino esteve com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para tratar do mesmo assunto. "Como há um processo aberto de convenção, estamos reafirmando que queremos o PMDB na base de apoio do governo Lula. Estamos abertos a discutir encaminhamentos e métodos de funcionamento", explicou Genoino. Segundo ele, na última campanha eleitoral, o PT fez muitas alianças com o PMDB, chegando ao número de 700, em diferentes municípios brasileiros.
Genoino disse que, na prática, não pode intervir nos encaminhamentos do PMDB, mas ressaltou que o governo está aberto ao diálogo. "Estamos abertos a conversar sobre críticas e a fazer uma reavaliação. Temos que conversar de maneira franca e sincera sobre possíveis erros para fazer correções". Ele informou que o PT vai dialogar com todos os presidentes de partidos da base aliada para ouvir as observações e as críticas que porventura existam.
O presidente do PT afirmou que a eleição de 2006 não está na agenda de agora do partido, nem foi conversada com os peemedebistas. Para ele, a prioridade em 2005 será "a agenda do desenvolvimento, do crescimento, da geração de emprego, de melhorar o gerenciamento dos programas sociais do governo e das reformas". Sobre a eleição de 2006, Genoino disse que o PT vai mostrar a todos os partidos da base aliada que "está aberto a receber propostas e discutir, quando a questão for posta na pauta, uma aliança mais avançada do que foi a que de 2002".