Brasília - O grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, coordenado pelo auditor Clóvis Emídio, libertou hoje mais de 70 pessoas no município de Pacajá, sudoeste do Pará. Entre os trabalhadores encontrados na fazenda Colatina, de propriedade de José Carlos Cardim do Carmo Júnior, o "Bacuri", estavam dois meninos de 14 e 16 anos.

A equipe chegou à sede da fazenda, de 600 alqueires, localizada no km 260 da Transamazônica, vicinal São Luís, ontem à noite e alcançaram o barracão que abrigava os trabalhadores, entre eles uma moça grávida em péssimas condições e sem água potável.

Por causa do difícil acesso ao local os trabalhadores não podiam sair da propriedade. Hoje pela manhã foram retirados e conduzidos até a sede, onde ocorreram as autuações. Até o final da tarde de hoje, as indenizações somavam R$ 120 mil.

A atividade exercida era o desmatamento, sem o respeito às margens do igarapé. Das pessoas libertadas, principalmente vindas dos estados do Maranhão e do Piauí, ninguém possuía carteira assinada nem sequer recebia salários. Alguns se encontravam no local desde janeiro.

Em junho deste ano, o auditor Clóvis Emídio já havia coordenado a retirada de 56 trabalhadores de uma fazenda de mesmo nome, de propriedade de Leon Lavagnolli. Na ocasião, o capixaba "Bacuri" era gerente da Colatina e as indenizações totalizaram um montante de R$ 159.734,36.

O grupo móvel é formado por nove pessoas do MTE, seis agentes da Polícia Federal, um procurador do Ministério Público do Trabalho, uma equipe de documentaristas franceses do canal Art e dois documentaristas a serviço do Ministério.

A operação continua na fazenda em busca de outros trabalhadores.

As informações são da assessora especial do ministro Ricardo Berzoini, Myrian Luiz Alves, que acompanha as ações.