Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Para que o Brasil se torne mais competitivo internacionalmente é necessária uma grande aliança entre o governo brasileiro, as instituições públicas nacionais e o empresariado. A opinião é do diretor-presidente do Movimento Brasil Competitivo, José Fernando Matos. Ele participa hoje no Congresso Nacional de debate sobre competitividade brasileira, organizado pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados e pela Câmara Americana de Comércio de São Paulo.
"O principal desafio é criar um grupo conjunto que tenha um pensamento comum para definir um caminho e começar a trabalhar principalmente nos gargalos: a burocracia do Estado, a lentidão dos serviços públicos, a deficiência na qualidade da educação, o alto custo do capital, a falta de geração de empregos e os limites e barreiras para a geração de exportações", afirmou Matos.
De acordo com a Câmara Americana de Comércio de São Paulo, apesar de o país ter triplicado as exportações, perdeu participação no mercado internacional: em 1985 era de 1,31% e passou para 0,98% em 2003. Dentre as sugestões da entidade para aumentar o poder de competição do país estão a redução da carga tributária, o reforço do marco regulatório e dos direitos de propriedade intelectual, a desburocratização da máquina pública e a promoção das reformas, como a trabalhista e a sindical.
Para o presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados (CDEIC), deputado Gonzaga Mota (PSDB-CE), a competitividade amplia mercados. "À medida que você amplia mercados, está ampliando emprego e, evidentemente, reduzindo pobreza", disse.
Mota disse que a competitividade está por trás dos maiores problemas enfrentados pelo Brasil. Para ele, o país enfrenta três os grandes problemas: inserir-se no contexto internacional, ou seja, participar do processo de globalização; resolver a questão do emprego e reduzir a pobreza. "Se não formos competitivos não venderemos; se não vendermos, não produzimos; não produzindo, não vamos gerar empregos e não gerando emprego, não reduzimos pobreza", afirmou.