Gastos com divulgação da produção audiovisual no exterior serão de R$ 24 milhões

10/11/2004 - 18h58

Marina Domingos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A expectativa dos produtores independentes de televisão e de cinema é grande em relação às vendas no mercado internacional. Cerca de R$ 24 milhões serão investidos em 500 empresas e 180 artistas pela Agência de Promoção e Exportação do Brasil (Apex-Brasil) e a Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura para divulgar as produções audiovisuais brasileiras no exterior.

"Nós estamos caminhando e procurando prospeção em novos mercados, estamos participando das principais feiras internacionais, levando artistas e produções à feiras que nunca tínhamos participado", ressalta o presidente da Apex, Juan Quirós.

A Apex, foi uma das entidades que assinaram o convênio entre os ministérios da Cultura e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e as associações ligadas ao setor de produção independente de TV e cinema para garantir investimentos do governo e facilitar as exportações do setor "Fizemos um trabalho conjunto com o setor para organizá-lo em arranjos produtivos locais", explica Quirós.

Cinco grandes mercados são alvo dos brasileiros: Europa, Estados Unidos, os países árabes e asiáticos, e outros, como Rússia, China e África do Sul. Segundo Quirós, a meta é exportar US$ 12 milhões em projetos de cinema e vídeo e, ao mesmo tempo, estabelecer um padrão, cobrando US$ 50 mil para cada 120 minutos de produção. "Nós temos um projeto de dois anos e uma avaliação trimestral de uma equipe especializada em ajustar metas a cada 90 dias", informou.

Para o presidente da Associação Brasileira de Produtores Independente de TV (ABPI-TV), Marco Altberg, o projeto irá envolver todo a cadeia de produção interna, que precisará se especializar e se tornar competitiva em comparação ao mercado internacional. "É um projeto que vai capacitar os produtores brasileiros a buscar parceiros no mercado internacional", ressaltou Altberg.

Ele acredita que a competição com outros produtos internacionais poderá melhorar o desempenho do mercado do interno. Para Altberg, as TVs abertas, que atualmente ainda têm certa resistência em utilizar vídeos e produções independentes, podem começar a se convencer de que os produtos culturais brasileiros também são de qualidade.

"Tradicionalmente, no audiovisual você tem o cinema e a produção feitos pelas televisões abertas. A gente já trabalha com as TVs a cabo e com as TVs públicas. Acho que o que falta é a TV aberta, comercial, ter uma parceria com a produção independente", argumenta ele.