Economista elogia a estabilidade alcançada pela índústria em setembro

10/11/2004 - 11h11

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O professor Antônio Barros de Castro, assessor especial do ministro do Planejamento, Guido Mantega, considerou ótimo o dado do IBGE, divulgado hoje, no Rio de Janeiro, mostrando que a produção da indústria brasileira ficou estável em setembro após seis meses de crescimento.

Doutor em economia pela Universidade de Campinas, Barros de Castro argumenta que seria preocupante se depois de seis meses de crescimento forte houvesse mais um mês com o mesmo desempenho. "Preocupante é se depois de seis meses de crescimento, a cada mês forte, mais um mês e mais outro de crescimento forte. Todo crescimento é sinuoso. Quem estuda os ciclos sabe disso e há razões mecânicas para isso", afirmou.

Segundo o economista, é importante notar que as pessoas que se endividaram com bens duráveis de consumo já estão refreando as compras. Por outro lado, a dinâmica está passando para os não-duráveis, como bebidas e alimentos.

Barros de Castro lembrou que o segmento de bens não-duráveis emprega mais trabalhadores. "Está entrando gente no mercado de trabalho, estão aumentando as horas há vários meses", disse o professor, para justificar o que chamou de crescimento sinuoso.

Outro fator considerado pelo economista é o que ele chama de arrefecimento do 'boom de commodities' (forte procura por produtos básicos, como a soja), o que se traduziu, no entender dele, numa drástica diminuição da demanda de algumas áreas que estavam "explodindo em termo de duráveis de capital".

O professor Barros de Castro foi um dos palestrantes do Seminário Internacional Governo/Empresas Estatais: um diálogo necessário, que discute a relação do setor com o governo e vice-versa. O encontro está sendo realizado até amanhã em Brasília, no Ministério do Planejamento.