Sândala Barros
Repórter da Agência Brasil
Macapá - Mais dois acusados de fraudes em licitação de obras com verba federal foram presos no Amapá. A Operação Pororoca deflagrada pela Polícia Federal na manhã da última quarta-feira (3) já resultou na prisão de 21 pessoas no Amapá, dois no Pará, quatro no Distrito Federal e um em Minas Gerais.
Dois acusados do Amapá que estavam foragidos resolveram se entregar. Um é funcionário da prefeitura do município de Oiapoque, a 599 quilômetros da capital. O nome está sendo mantido em sigilo para preservar as investigações. Ele se apresentou na superintendencia da Polícia Federal de Macapá
às 23h de sexta-feira (5).
Outra acusada que estava sendo procurada pela polícia, Iraneide Santos dos Santos, se apresentou às 6h da manha deste sábado. Os dois estavam acompanhados por advogados.
A maioria dos presos está nas celas da polícia federal. O empresário paraense e suplente de senador Fernando Flexa Ribeiro está internado desde ontem à noite no hospital São Camilo, de Macapá. Ele passou mal na cela da Polícia Federal que dividia com mais oito presos.
Segundo informações do médico cardiologista Antônio Cabral, ele teve uma crise de hipertensão e às 19h15 foi levado para o hospital, em uma viatura da PF, onde passou a noite e ainda permanece, acompanhado de dois agentes federais.
Nove delegados estão colhendo os depoimentos dos acusados. A maioria concordou em prestar esclarecimentos à PF, depois da orientação dada pelos delegados federais de que quem colabora com a polícia pode ter até um terço da pena reduzida.
O delegado Tardelli Boaventura, coordenador da operação, disse que os depoimentos serão confrontados com as provas que constam nos autos. "As provas que temos são muito contundentes e resultado de dois anos de investigações. Sabemos que são quadrilhas que atuavam em três tipos de crimes: fraude em licitação com recursos federais, fraude no Sistema de Administração Financeiro (Siafi) e fraude na Receita Federal.
Devem prestar depoimentos no final da tarde de hoje os acusados presos em Brasília. São eles os lobistas André Claiton Fernandes Dias, acusado de intermediário na fraude do sistema Siafi, e Lyziane Nogueira da Rocha Fragoso, além de Maria Francisca Soares e Wadilson Cardoso Nunes, ambos funcionários do ministério da Educação que manipulavam o sistema Siafi.