Setor privado sustenta crescimento econômico, diz secretário do Tesouro

23/09/2004 - 19h52

Brasília, 23/09/2004 (Agência Brasil - ABr) - O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, acredita que a elevação da meta do superávit primário (receitas menos despesas, excluído o pagamento de juros) vai melhorar o ambiente, particularmente para os investimentos privados. "É o que faz a diferença. Se olharmos as contas nacionais, a maior parte é de investimento privado, não é de público", disse.

Segundo Levy, o investimento do setor privado é que sustenta o atual cenário de crescimento econômico. O setor público, informou Levy, investiu até agosto por volta de R$ 4,5 bilhões e poderá ultrapassar a marca dos R$ 5 bilhões em setembro. De acordo com Levy, não estão nesta conta os investimentos dos outros níveis de governo. "Se olharmos nos anos recentes, entre estados e municípios, o valor do investimento público total é mais ou menos três vezes o valor do investimento do nível federal", frisou.

O Tesouro Nacional divulgou hoje o resultado de agosto para o superávit primário do governo central, que inclui suas próprias contas, conjugadas com as da Previdência Social e do Banco Central e exclui o resultado das estatais. Para o total de R$ 3,8 bilhões, o Tesouro colaborou com o desempenho de R$ 6,4 bilhões, mas a Previdência registrou déficit de R$ 2,6 bilhões e o Banco Central de R$ 29,5 milhões.

Levy destacou que de acordo com as metas traçadas junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), o governo central deveria chegar a um superávit de R$ 33,1 bilhões até agosto e já alcança R$ 41,7 bilhões. "A meta do setor público consolidado para setembro, menos o setor financeiro, é de R$ 56,9 bilhões. Acho que o governo central tem tomado liderança frente à meta", disse.

O secretário, no entanto, ressaltou a importância da participação das estatais no cumprimento das metas. Joaquim Levy lembrou que a meta do setor público consolidado para 2004 é de R$ 71,5 bilhões, sendo a participação das estatais estimada em R$ 11,7 bilhões. Até agosto, as estatais atingiram o superávit de R$ 5 bilhões. "Não há razão para rejeitar preliminarmente uma participação maior das estatais", observou Levy.