Entrevista coletiva consolida relação de Lula com o rádio, avalia jornalista

23/09/2004 - 13h36

Carolina Pimentel e Paula Medeiros
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - "Ele (presidente Lula), desde líder sindicalista, sempre se valeu deste veículo para pregar as suas idéias. E agora na presidência mais do que nunca". A afirmação é da jornalista Ana Amélia Lemos, da Rádio Gaúcha, que participou da entrevista coletiva concedida esta manhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para a jornalista, o encontro de hoje consolidou a relação de respeito entre o presidente e o rádio.

"Ele (presidente Lula) disse que quando o ouvinte ouve a palavra, ele não é vítima de interpretações, às vezes, equivocadas do que o presidente falou", afirma a jornalista gaúcha.

Esta foi a segunda entrevista coletiva que o presidente concede a emissoras de rádio, desde o início do mandato. A primeira entrevista ocorreu em outubro do ano passado e reuniu representantes de oito emissoras (CBN, Eldorado, Jovem Pan, Rádio Gaúcha, Rádio Guaíba, Itatiaia, Tupi, Bandeirantes e Rede Católica).

Desta vez, a participação foi maior, com a presença de treze profissionais, em especial das regiões Nordeste e Norte: Rede Amazônica (AM), Rádio Jornal do Commércio (PE) ,Rádio Liberal (PA), Rádio Metrópole (BA) e Rádio Verdes Mares (CE).

O jornalista Heródoto Barbeiro, da CBN (SP), acredita que o rádio é um dos veículos de comunicação preferidos do presidente Lula porque as entrevistas são feitas ao vivo, o que evita processos de edição. No entanto, o jornalista acredita que as entrevistas poderiam fluir melhor se as rádios fossem divididas por região.

"A minha única sugestão é que houvesse uma regionalização. Como os assuntos são muito diversos, seria interessante que fosse feito (com critério) regional. Trazer um grupo do Nordeste, um grupo do Norte. Para que a gente pudesse focar melhor os problemas e não ficar muito espaço, que você está interessando uma parte da audiência do país e não está interessando a outra", destaca Barbero.

Para o coordenador da Rádio Globo Brasil (RJ), Marcos Aurélio de Carvalho, um dos pontos altos do encontro aconteceu quando o presidente Lula disse estar disposto a responder a qualquer pergunta. "Talvez para responder a todo tipo de debate, pressão que tem ocorrido por causa da idéia do Conselho Federal de Jornalismo, o presidente disse que continua sendo uma pessoa aberta a responder todo tipo de pergunta, inclusive a mais dura possível, e se considera na obrigação de fazer a isso".

A entrevista coletiva durou aproximadamente 1 hora e 30 minutos e foi transmitida ao vivo pela Rádio Nacional AM e o canal NBR, canal a cabo da Radiobras.