Argentina: 10% da bilheteria são investidos em novos filmes

23/09/2004 - 0h34

Brasília, 23/9/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Argentina investe 10% da bilheteria das salas de cinema na produção de novos filmes. Esta é a principal forma de investimento do mercado cinematográfico daquele país, segundo a produtora argentina Eva Piwowarski, secretária técnica da Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do Mercosul (Recam). O encontro começou nesta quarta-feira (22), no Itamaraty, e terminará hoje à tarde.

Além do percentual das salas de exibição, 10% das vendas para vídeo-room e 30% dos impostos das emissoras de TV pagos ao Estado são destinados ao Instituto de Cinema Argentino (Inca). Isso "garante a produção argentina porque nós não temos uma lei de mecenato como o Brasil", afirma a secretária. O instituto é estadual e tem uma arrecadação anual de aproximadamente 50 milhões de pesos, "o que ainda é muito pouco para a produção de um país", ressalta Eva.

Segundo ela, na Argentina "o principal problema hoje é a presença massiva de filmes de Hollywood. Há uma faixa muito pequena para o cinema nacional e uma menor ainda para o cinema da América Latina e Europa", explica.

A produção anual média da Argentina varia de 40 a 50 longas-metragens por ano. Recentemente, o país regulou o mercado com a fixação de uma cota de tela, "que tem dois elementos: a quantidade de filmes que deve estrear por ano e a média de continuidade", acrescenta Eva. Assim, o filme que consegue uma média de espectadores por sala deve ficar, não pode ser retirado. "É uma possibilidade para o filme que está tendo boa performance continuar".