Cuiabá, 21/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - Aplicar o conhecimento tecnológico na área de Educação foi o foco da palestra dos pesquisadores Edson Pimentel e Celso Goyos, durante Simpósio realizado na 56ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece na Universidade Federal do Mato Grosso, em Cuiabá, e segue até a próxima sexta-feira (23).
Para os pesquisadores, privar crianças do acesso à Educação é tão grave quanto desmatar florestas. Constatar que aquelas que estão nas escolas não desenvolvem a capacidade de apreensão também é grave para eles. O trabalho dos pesquisadores têm por base o desenvolvimento de softwares capazes de ensinar em todos os níveis de escolaridade. "Não há interesse em substituir a figura do professor mas sim de se reduzir os impactos da massificação, já que o professor não pode atender o aluno individualmente em suas necessidades. Os softwares podem individualizar essa relação", disse Goyos, que é da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
De acordo com Pimentel, que é do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), a diferença entre os novos softwares e os programas existentes é a valorização da função didática, não repetindo os modelos tradicionais de ensino. "A base de qualquer programa educativo-computacional é descobrir o fator que determina o aprendizado e adaptá-lo para softwares", disse.
Embora as aplicações experimentais ainda sejam isoladas, eles defenderam a aplicação efetiva do que chamam "tutores inteligentes", um dos softwares da área. "As pesquisas estão avançadas e não podem continuar arquivadas", declarou Pimentel.
De acordo com os pesquisadores, faltam ainda estudos sobre onde residem as lacunas da educação. Com a aplicação de softwares, o problema poderia ser solucionado, por permitir o reconhecimento da resposta do aluno, facilitando a idetificação das deficiências.