Rio, 21/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central de manter inalterada a taxa de juros básica Selic em 16% ao ano já era esperada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e foi considerada acertada, diante do comportamento da inflação que, na última quadrissemana, deu sinais de esgotamento.
Segundo o diretor adjunto de estudos macroeconômicos do IPEA, Paulo Tafner, "provavelmente haverá uma posição mais confortável para a próxima reunião do Copom de termos ou uma indicação clara de viés ou até uma eventual redução".
Paulo Tafner lembrou que o Banco Central está atento também à sinalização dada pelo Banco Central americano (FED) de que tenderá a puxar um pouco a taxa de juros. Isso poderá implicar numa avaliação bastante ponderada por parte do BC sobre o impacto da movimentação de recursos ou divisas em um eventual aumento das taxas de juros americanos, declarou.
Paulo Tafner analisou como evidentes os sinais de recuperação e de crescimento da economia brasileira próximo de 3,6%. "Estamos em um período de recuperação do nível de emprego, lento mas minimamente consistente, e o Banco Central agiu de forma prudente a evitar quaisquer transtornos em termos de riscos de preços. É realmente uma posição defensiva frente ao anúncio de uma possível e iminente elevação da taxa de juros norte-americana".
O diretor adjunto do IPEA avaliou, porém, que a não existência de não viés talvez seja um bom sinal para todos que estão torcendo para que haja uma retomada da trajetória declinante da taxa de juros.