Brasília, 21/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) - a dívida em títulos do governo federal em poder dos credores - teve elevação de 1,31% em junho, na comparação com maio, passando para R$ 758,2 bilhões, segundo informações divulgadas hoje pelo Ministério da Fazenda.
Os juros foram o principal motivo para o aumento. Mensalmente, R$ 9 bilhões são incorporados à dívida por conta dos juros (crescimento vegetativo) segundo Sérgio Goldstein, chefe de Operação do Mercado Aberto do Banco Central.
A parcela da dívida em títulos prefixados (o investidor acerta a correção do papel no momento da compra) passou de 16,4% para 16,8% de maio para junho, graças à emissão líquida de R$ 3,3 bilhões, e permaneceu dentro das projeções do governo, contidas no Plano Anual de Financiamento do Tesouro Nacional.
A parcela de papéis corrigidos por índices de preços (pela inflação) também cresceu de 14,7% para 14,9% de um mês para o outro, como o resultado da emissão líquida de R$ 1,8 bilhão.
Houve, ainda, um resgate líquido de R$ 2 bilhões que resultou na redução de títulos remunerados pela Selic (taxa básica de juros) de 57,9% para 57,5% de maio para junho.
A parcela da dívida corrigida pelo dólar, sem as operações de swap (contratos corrigidos diariamente por moeda estrangeira), registrou um recuo de 16,6% para 15,8% em junho. Já com as operações de swap, a dívida atrelada à moeda americana teve uma queda de 16,58% para 15,79%, a menor já registrada.
A exposição cambial diminuiu em R$ 4,4 bilhões, após o Tesouro Nacional resgatar R$ 2,5 bilhões em títulos e swaps cambiais. "Isso é bom porque quanto menor a participação de títulos cambiais na dívida, menor o risco e maior a previsibilidade que o Tesouro tem para o pagamento. Ou seja, menor o risco de ter uma oscilação no dólar e contaminar toda a dívida", afirmou o coordenador da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Paulo Valle.
Os bancos nacionais foram os maiores compradores de títulos públicos federais em junho, com participação de 67,1% do valor das ofertas. O prazo médio dos papéis registrou ligeira queda para 30,2 para 29,8 meses.