Olga Bardawil
Repórter da Agência Brasil
Fortaleza - Apesar da expectativa de receber 180 mil turistas nas férias de julho, nem todos estão otimistas. João Evangelista, por exemplo, vende camisetas, blusas e cangas na feirinha da Avenida Beira-Mar, onde se concentram hotéis e restaurantes e diz que o número de turistas vem caindo a cada ano.
Ele culpa a "ganância" dos hotéis que elevam excessivamente o valor das diárias e, com isso, afastam os hóspedes brasileiros, os quais ele considera melhores fregueses. "Os gringos são muito enjoados", diz. "Acham que a gente é "morto de fome" e quer roubar os dólares deles", conclui o vendedor.
Para que a alta temporada corresponda a todas as expectativas, há uma condição que não depende de ninguém: a chuva. Por isso, muitos esperam que não chova. O volume de chuvas em janeiro e fevereiro superou os 300 milímetros. Já em março, em um único dia, choveu mais do que estava previsto para todo o mês, segundo informações do Instituto de Meteorologia.
Por causa das chuvas, em janeiro, as enchentes deixaram cerca de quatro mil pessoas desabrigadas e sete morreram. O prefeito de Fortaleza, Juracy Magalhães, decretou estado de calamidade pública. Mas, agora, no começo da temporada de turistas, algumas obras de recuperação começam a ser concluídas. Entretanto, várias ruas ainda têm trechos interditados.