Aécio Amado
Repórter da Agência Brasil
Rio - Em carta divulgada à imprensa, João Pedro Stédile, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), diz que reunir jovens estudantes para discutir os problemas sociais e educacionais do país é importante para a atual conjuntura brasileira porque as universidades e as escolas "estão de costas para os grandes problemas da sociedade".
Stédile participou hoje do painel de debates "A luta por um projeto popular para o Brasil", no 1º Encontro Nacional de Estudantes por Educação, Trabalho e Reforma Agrária (Eneterra), no campus da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói (RJ).
De acordo com o coordenador do MST, a sociedade brasileira vive uma crise de destino, de projeto. "Estamos em um momento de transição", diz. "O povo votou contra o modelo neoliberal, mas o governo ainda não conseguiu mudar a política econômica", afirma Stédile. Ele diz ainda que "é fundamental que a juventude e a sociedade se mobilize e debata sobre quais os caminhos para construir um projeto alternativo para o país".
João Pedro Stédile aproveitou ainda para convocar os estudantes a participarem dos movimentos de luta promovidos pelo MST. "Espero que o 1º Eneterra também motive os jovens, sempre tão solidários, participativos e disponíveis, a se envolverem nas próximas grandes campanhas que teremos pela frente", enfatiza. Ele diz, por exemplo, que é o caso da Campanha de Cadastramento dos Desempregados e da campanha do Grito dos Excluídos, que culminará com grandes manifestações no dia 7 de setembro.
O coordenador do MST lembra também da Campanha de Solidariedade com o Povo da Venezuela e de Cuba, "frente às agressões que sofrem por parte dos Estados Unidos", diz. Da Campanha contra a Alca, "em defesa da soberania brasileira", da Campanha Contra os Transgênicos, "na defesa de uma soberania alimentar e por alimentos sadios". E, ainda, da Campanha pela Reforma Agrária, "contra o latifúndio e a mentira do agronegócio", conclui.
O 1º Eneterra, que terminou hoje, reuniu no campus da UFF, estudantes, líderes de entidades sociais e representantes de entidades governamentais de todo o país. Durante três dias, debateram sobre os problemas do desemprego, do acesso a educação e dos latifúndios.