Governo acredita que mínimo de R$ 260 será restabelecido na Câmara

17/06/2004 - 23h05

Nelson Mota Gomes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Coordenação Política Aldo Rebelo disse hoje que o governo lamenta a derrota no Plenário do Senado da Medida Provisória enviada pelo presidente Lula, no valor de R$ 260 reais, porque ela é importante para o país, mas confia que a Câmara dos Deputados votará pela manutenção dos R$260 reais, aprovando a medida com um número maior de votos.

"Nós sentimos a derrota como uma derrota, ou seja, nós não ficamos contentes na derrota e a única forma de voltarmos a ficar contentes será obtermos a vitória na Câmara dos Deputados. Confiamos na Câmara, que já aprovou por uma larga margem a medida provisória, e isso descarta a possibilidade de veto do presidente", afirmou Rebelo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o ministro Aldo Rebelo, recebeu como um democrata á notícia da votação, respeitando a decisão do Senado, "mas apelando, como eu vou fazer, para que a Câmara dos Deputados mantenha a posição de aprovação da Medida Provisória, como aconteceu na votação inicial na Câmara", destacou Aldo Rebelo.

Ao ser indagado pelos jornalistas, se o governo já sabia que seria derrotado, o ministro da Coordenação Política respondeu que ninguém sabe se vai ser derrotado, nem antes de votação, eleição e nem antes de o juiz apitar um jogo de futebol. "A gente sempre trabalha para ganhar", acrescentou.

Sobre o apoio que o governo teve do presidente do Senado, José Sarney, o ministro Aldo Rebelo, disse que quando, ele apoiou o governo, esse apoio sempre foi recebido com muita satisfação. "O presidente Sarney no Senado é magistrado. Nós não temos como cobrar do presidente Sarney, como presidente do Senado, que ele seja o fator decisivo em qualquer votação", destacou.

A decisão de colocar a Medida Provisória do salário mínimo em votação, hoje, no plenário do Senado, foi dele, segundo Aldo Rebelo, junto com os líderes do governo. "Os líderes tinham consciência das dificuldades, mas resolveram por a matéria em votação e eu apoiei a decisão dos líderes da nossa base no Senado", afirmou Rebelo.

Quanto ao risco que o governo tinha ao colocar a medida provisória em votação no plenário do Senado, o ministro Aldo Rebelo, disse que a vida é correr risco. "A vida não é feita somente de vitórias. Nós sabemos, que quando queremos alcançar objetivos, como é caso do governo do presidente Lula, temos que arriscar, nós temos que buscar permanentemente a vitória e a derrota, pois sempre ela atravessa o caminho, mesmo das instituições mais vitoriosas. O Santos do Pelé sofreu derrota, o Cassius Clay sofreu derrota e o Exército Vermelho, antes de derrotar o nazismo, também sofreu derrotas; então a derrota é uma contingência da vida e na democracia é uma contingência da vida democrática", acrescentou o ministro.

O ministro Aldo Rebelo informou que já conversou hoje, depois da votação do Senado, com os líderes do governo no Congresso e todos se mostraram tranqüilos em relação as suas bases e em relação à votação da Medida Provisória do salário mínimo no seu retorno à Câmara dos Deputados.