ONU formará força-tarefa para a regulação do mercado mundial de commodities

17/06/2004 - 15h07

Spensy Pimentel
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Uma força-tarefa da qual farão parte representantes das Nações Unidas, de organismos financeiros internacionais, empresas e sociedade civil vai procurar soluções para a regulação do mercado mundial de commodities, incluindo a compensação financeira a produtores atingidos por oscilações de preços. O anúncio foi feito hoje por Rubens Ricupero, secretário-geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento), durante a 11a reunião da entidade, em São Paulo.

"A Unctad está propondo agora, nós vamos anunciar amanhã, que se crie nesta conferência uma parceria global para as commodities todas, primárias, agrícolas e minerais", afirmou Ricupero, que mencionou como exemplos de cadeias produtivas a serem beneficiadas as de café, cacau, açúcar, algodão e juta, entre outras.

"A idéia básica nossa é criar uma força-tarefa internacional", explicou ele, adiantando que o Banco Mundial "já manifestou acolhida positiva" à proposta e que a Organização Muncial do Comércio "tem interesse na matéria". Segundo Ricupero, representantes de blocos econômicos, de empresas produtoras como a suíça Nestlé e redes de comercialização como a americana Starbucks, de café, também devem participar.

A proposta de uma intervenção da ONU para contribuir na organização do mercado de commodities fez parte da carta que cerca de 200 ONGs e movimentos sociais de todo o mundo encaminharam para a coordenação da Unctad XI no início do evento. Essas entidades estão reunidas no Fórum da Sociedade Civil, evento paralelo à reunião da ONU.

Segundo Ricupero, serão especialmente convidadas as entidades do movimento de "comércio eqüitativo", ou "fair trade". "Toda essa gente vai participar para buscar soluções, que variam conforme o caso, mas que vão do problema de lançar mecanismos de compensação financeira quando há perdas muito grandes de renda por causa da oscilação de preços até a questão de diversificação quando há um excesso de oferta", explicou o embaixador.