Milena Galdino e Juliana Andrade
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, negou que a recente recusa, por parte da China, de carregamentos da soja brasileira, tenha derrubado o valor do produto no mercado internacional. "O governo brasileiro não podia negar um problema que aconteceu. Mas dizer que esse problema motivou a queda do preço da soja no mercado mundial não é correto", defendeu.
O preço normal do grão de soja é de US$ 6 por bushel (medida de volume negociada na Bolsa de Chicago). Neste ano, o produto chegou a US$ 10/bushel. Segundo ele, o desequilíbrio de oferta e procura foi motivado pela quebra da safra anterior nos Estados Unidos e pelo fraco rendimento das safras brasileira e argentina, causado pela estiagem no Sul e excesso de chuvas no Centro-Oeste do Brasil.
"É provável que esteja havendo oportunismo no sentido de se recusar novos carregamentos para se comprar a preços mais baixos. A China divulgou hoje que vai dar o melhor tratamento aos nossos emissários e teremos reuniões na próxima semana que podem conduzir a uma solução do problema", disse Furlan, recusando a suposição de o caso ser levado à Organização Mundial do Comércio (OMC).
"O assunto é um incidente de percurso que deve ser resolvido tecnicamente. Se não for resolvido tecnicamente, podemos pensar em outra esfera. Mas não faz sentido ir a julgamento uma coisa que nem teve apuração", destacou
Furlan fez palestra no 7º Fórum do Planalto, promovido pela Casa Civil e direcionado aos servidores da Presidência da República.