Empresas fazem esforço concentrado para se adaptar à Lei do Bioterrorismo

17/06/2004 - 12h51

Eduardo Mancasz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Um esforço concentrado está sendo feito pelas empresas que participam das exportações na Zona Franca de Manaus em função do último alerta, dado em maio passado, pelos Estados Unidos, sobre a necessidade de cumprimento da chamada Lei do Bioterrorismo. A informação foi dada hoje pelo superintendente adjunto da Suframa, Elilde Mota de Menezes, em palestra no Espaço Brasil, dentro da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad XI).

Do total exportado em 2003 pelas 400 empresas que formam o Pólo Industrial de Manaus, cerca de US$ 1,3 bilhão ( 58%), foram para o mercado norte-americano, quantidade que deverá aumentar por meio do Centro de Logística Avançada, na Flórida. Dois navios passarão a fazer a rota exclusiva Miami-Manaus e aviões que trazem turistas e costumam voltar vazios para Nova Iorque serão usados para carga. Além disso, há nova rota para o Caribe, pela BR 174, que passa por Roraima.

O superintendente adjunto da Suframa disse que o treinamento intensivo para a adaptação à lei norte-americana do bioterrorismo envolve setores que vão dos despachantes de produtos até à forma de serem embalados. Ele explicou que, na verdade, os produtos eletrônicos, de forma geral, não se enquadram nas exigências da lei americana, mas admitiu que, na parte dos produtos farmacêuticos, sucos tropicais e outros naturais, "as exigências da Lei do Bioterrorismo são muito complicadas".

Para Elilde Mota de Menezes, uma adaptação correta às exigências da lei é muito importante no momento para que nada seja devolvido, o que não aconteceu ainda. O superintendente alertou para os exemplos das potencialidades que estão sendo estudadas nesta nova fase da Zona Franca de Manaus, na parte de exportação de produtos naturais. Ele citou, entre outros, o amido de mandioca, as variantes da biodiversidade, o palmito de pupunha, o guaraná em pó ou em xarope e produtos madeireiros certificados.

"Até o momento, nenhum produto saído de Manaus foi devolvido por conta da Lei do Bioterrorismo, mas estamos nos preparando para que isto não venha a acontecer, até porque a partir do próximo mês já estamos alertados de que ela começará a ser exigida e isto não só para nós, mas para todo mundo", completou o superintendente.