Campanha mundial pede reformas nas instituições internacionais

17/06/2004 - 13h02

Fabiana Uchinaka
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Colocar as instituições internacionais sob o controle democrático das Nações Unidas e dos Direitos Humanos. Essa é a proposta da "Campanha Mundial para uma Profunda Reforma do Sistema de Instituições Internacionais", apresentada nesta quinta-feira durante o Fórum da Sociedade Civil, evento paralelo à 11a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), na capital paulista.

Segundo o professor Josep Xercavins, coordenador do Fórum Mundial de Redes da Sociedade Civil, a prioridade da campanha é democratizar os processos internacionais, de modo que as necessidade e os interesses dos diversos países do mundo sejam atendidos.

"As instituições internacionais deveriam atuar para acabar com os desequilíbrios entre os países. Isto não acontece porque o sistema está obsoleto e precisa ser reformulado", diz. "Hoje, a maioria dos países não tem acesso à globalização e aos processos multilaterais e, por isso, fica marginalizada".

O processo de reforma pretende melhorar a distribuição de poder entre os países do norte e do sul. E, para que isso aconteça, será preciso enfrentar a hegemonia e o poder dos Estado Unidos nos órgãos internacionais. Para Xercavins, a descentralização do poder torna-se mais perceptível quando os países menos desenvolvidos descobrem que são mais poderosos do que imaginam. "Brasil, China, México, Índia e África do Sul já provaram que podem ser grandes na política internacional e são capazes de enfrentar os Estados Unidos", explica.

A proposta, portanto, é que todos os atores do cenário mundial se mobilizem para obter representação direta nas instituições internacionais. "Todos precisam estar envolvidos. Acreditamos que o processo de globalização fez com que os problemas do mundo ficassem entrelaçados. E a solução deve vir em conjunto", acredita Xercavins.