Eduardo Mamcasz
Da Rádio Nacional da Amazônia
Brasília - Ao lançar o programa Luz para Todos, em novembro do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou que "quem nasceu nas luzes das capitais não tem a dimensão do sofrimento que é a falta de energia elétrica". Ele garantiu que uma das finalidades do programa é a manutenção do jovem no campo, "longe da paixão das luzes da cidade grande que mexe com a cabeça dele 24 horas por dia".
Em alguns Estados, o programa já está em andamento. Na Paraíba, até 2008, 47 mil famílias receberão energia elétrica ao custo de R$ 178 milhões. As primeiras obras já chegaram aos municípios de Cacimbas e Araruna. O governo federal entra com 55%, o estadual com 20% e as empresas com os restantes 25%. Serão 11 mil transformadores, 14 mil quilômetros de linhas e 173 mil postes de concreto. Sem contar os cerca de 9 mil empregos, diretos e indiretos.
Em Santa Catarina, a meta é alcançar 17 mil residências até 2006. Até maio do ano que vem, serão 7.100 famílias ganhando energia ao custo de R$ 25 milhões. Dez municípios catarinenses estão com IDH abaixo da média nacional. Já no Rio Grande do Sul, que tem área de risco na chamada Metade Sul, está previsto o investimento de R$ 350 milhões para que 410 mil pessoas recebam luz em 75 mil propriedades rurais, com a instalação de 10 mil quilômetros de novas linhas.
Na Bahia, o Luz para Todos irá beneficiar 357.970 propriedades rurais que hoje não têm energia elétrica. Neste ano, 20.394 delas serão beneficiadas. Já em Minas Gerais, a meta é levar luz para 140 mil propriedades rurais até 2006, ao custo de R$ 552 milhões. Desse total, 85% serão da Eletrobrás e Cemig. O restante, as prefeituras poderão financiar em até 36 meses. Em Mato Grosso do Sul, serão 98 mil pessoas beneficiadas até 2006, 84% delas na área rural. Os recursos somam R$ 133 milhões, dos quais 75% federais.
Prioridades
O Luz para Todos tem uma série de prioridades determinada para o atendimento dos excluídos, mesmo com a previsão de levar, até 2008, energia elétrica a 2 milhões de residências rurais, com 10 milhões de pessoas, e a 500 mil residências nas periferias das cidades, com outros 2 milhões de habitantes.
O programa segue a seguinte ordem de prioridade, vigiada de perto por agentes comunitários, comitês gestores estaduais e comissão nacional de universalização: comunidades atingidas por barragens de usinas hidrelétricas; municípios com baixo índice de atendimento de energia elétrica; com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH); escolas públicas e postos de saúde na área rural; projetos que reforcem o uso produtivo da energia; populações do entorno de unidades de conservação ambiental; e demandas coletivas e rurais.