Lupi Martins
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - Cerca de 400 policiais da Brigada Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, bombeiros e o Ministério Público Federal, realizaram hoje uma operação conjunta de desarmamento, na reserva indígena do Ligeiro, município gaúcho de Charrua, na região norte do estado, a 353 quilômetros da Capital.
Com o auxílio de um helicóptero e um avião Ximango, a força tarefa fez um pente fino na reserva ,onde vivem 1.500 índios Caingangues, buscando armas e munição. Segundo comandante da Briga Militar na região,coronel Valdir Cerutti,os índios concordaram com a revista que encontrou apenas munição e nenhuma arma. Cerutti disse saber que há armamento na reserva e adiantou que as buscas continuarão nos matos com a utilização de detectores de metal.
Procurando evitar novos conflitos, o Ministério Público realizou hoje um plebiscito na reserva para saber se os índios desejavam ou não eleger um novo cacique. Por ampla maioria os índios decidiram por nova eleição,que será realizada a partir das 8 horas desta quarta-feira. Um forte contingente de policiais militares permanecerá na reserva para garantir a eleição.
Valdir Cerutti explicou que o objetivo do desarmamento são as brigas freqüentes entre as facções indígenas pelo poder interno na reserva. Ontem à noite havia ocorrido novo tiroteio na reserva. Os conflitos se intensificaram depois que o cacique eleito no mês passado, Danilo Braga, expulsou na reserva seu adversário derrotado, Irenir Franco, que também é vereador em Charrua e alguns de seus seguidores. Na semana passada, quatro índios foram presos pela polícia e logo após resgatados do quartel da Brigada Militar por outros 30 índios armados.