Brasília, 8/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - Trabalhadores de empresas públicas de transporte participaram, hoje à tarde, de audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir, junto com representantes do governo federal, uma solução para o transporte pirata. A idéia é desenvolver uma campanha em todo o país contra o transporte ilegal. O vice-presidente da Confederação Nacional de Transportes Terrestres (CNTT), Raimundo Lúcio Lima, falou sobre as consequências do transporte clandestino. "Aos trabalhadores, a ilegalidade já causou, nos últimos oito anos, a perda de 100 mil empregos e para a população existe o impacto imediato do aumento da tarifa", afirmou.
Estatísticas da CNTT, que possui 77 sindicatos filiados, mostram que o governo federal é lesado em R$ 1 bilhão por ano em encargos de empresas, devido ao aumento do transporte pirata. De acordo com a Confederação, caso não existisse transporte pirata no Distrito Federal, por exemplo, a passagem de ônibus, que custa hoje R$ 2,50 entre o Plano Piloto e as cidades satélites, seria reduzida para R$ 1,60.
O secretário nacional de Transporte e Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, José Carlos Xavier, afirma que é visível a apropriação da rede em Brasília pelo transporte ilegal, mas que o governo federal não tem competência fiscalizatória no transporte público. "O governo federal não tem competência de controlar essa situação, mas tem competência de direcionar uma política para que os prefeitos e municípios, ao se apropriarem dessa política, construam redes sustentáveis".
O Rio de Janeiro ocupa o primeiro lugar, entre os estados, em transporte pirata e o Distrito Federal está em segundo. Nos dois estados, a frota pirata equivale ao dobro da frota regular.