Porto Alegre, 7/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - O juiz da 1ª Vara Cível do Fórum de Carazinho (RS), Alexandre Kreutz, determinou à Brigada Militar a retirada até a próxima quinta-feira das famílias acampadas na fazenda Guerra em Coqueiros do Sul, a 290 quilômetros de Porto Alegre.
A decisão foi tomada depois de esgotado o prazo de 30 dias concedido aos invasores para deixar o local e diante da negativa dos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) de desocupar a área.
Até ontem, havia 750 famílias acampadas, mas, à tarde, mais 250 famílias que marchavam há cinco dias para Coqueiros do Sul entraram na fazenda. Os invasores cavaram trincheiras e construíram barricadas com valas e bambus pontiagudos. Eles dizem que não sairão pacificamente.
De acordo com um dos líderes do MST, Mário Lill, os agricultores só deixarão a fazenda se o Instituto Nacional de Colonização e Reforma agrária (Incra) apresentar uma área para assentar as famílias. O superintendente do Incra no estado, Roberto Kiel, disse que é impossível encontrar uma solução imediata.
O comandante da Brigada Militar na região, tenente-coronel Valdir Cerutti, disse que a Brigada Militar vai reunir pelo menos 400 policias para a reintegração de posse. Segundo ele, a ação deve ocorrer entre terça e quinta-feira da próxima semana, dependendo das condições do tempo. Ele ressaltou, no entanto, que antes será tentada a saída pacífica dos invasores.
Cerutti anunciou que pedirá ao Conselho Tutelar a retirada de cerca de 50 crianças que estão no acampamento. A Brigada Militar já tem pronto o levantamento aéreo-fotográfico da propriedade.