Funcionários da Fiocruz fazem manifestação pela paz

07/05/2004 - 18h05

Rio, 7/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - Cerca de 300 pessoas promoveram hoje ato público em defesa da paz na Fundação Oswaldo Cruz, ao lado da Favela de Manguinhos. Foi em memória dos dois vigilantes e três policiais mortos durante confronto entre traficantes e a Polícia Militar, no último sábado. No mesmo momento, mais um tiroteio ocorria na favela.

O diretor da Fiocruz, Paulo Buss, e a presidente da Associação de Funcionários, Rita Matos, lembraram, em seus discursos, o papel fundamental da instituição no país, salvando vidas, promovendo o ensino. "Nós não aceitamos esta violência. Nós, que trabalhamos com saúde, não podemos aceitar que brasileiros estejam sendo mortos sem razão", disse Buss. Para Rita, esse é o momento em que a instituição deve abrir suas portas para a comunidade. "Nós não devemos aceitar toque de recolher. Ao invés de construir uma blindagem, nós devemos abrir nossos muros. Abrir noturnamente para cursos".

A faxineira Zuleide Diniz da Silva, de 52 anos, mãe do vigilante Aldenir Diniz, de 31, que foi assassinado no sábado, participou da manifestação. "O meu filho tinha muito medo de trabalhar aqui. Tem muita violência. Ele tinha medo e queria mudar de emprego, mas está muito difícil conseguir", disse. O vigilante da Fiocruz Carlos Eduardo da Conceição, que era amigo de Aldenir, estava muito emocionado. "A gente não agüenta mais essa situação, nós só queremos paz", afirmou.