Dejetos de suinos vão gerar energia no Sul do país

07/05/2004 - 17h05

Brasília, 7/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - Uma parceria entre os ministérios do Meio Ambiente (MMA) e das Minas e Energia (MME) possibilitará a construção de biodigestores em cinco municípios da Bacia do rio Ariranha, no Oeste de Santa Catarina. O objetivo é transformar os dejetos de suínos, criados em larga escala na região, em energia. "Com isso vamos resolver o problema dos dejetos, que poluem o solo e os rios, e ajudar os produtores a economizar energia", diz o secretário de Desenvolvimento Sustentável do MMA, Gilney Viana.

A parceria integra um conjunto de ações desenvolvidas pelo Projeto de Gestão Ambiental Rural (Gestar), coordenado pela secretaria de Desenvolvimento Sustentável, para promover o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade ambiental e de vida das populações rurais.

O projeto Gestar teve início com um programa piloto, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), há cerca de um ano, no oeste de Santa Catarina. A região tem a maior concentração percapita de porcos do país. Xavantiva, por exemplo, que é considerada a capital dos suínos, tem 4.500 habitantes e um plantel de mais de 20 mil suínos, espalhados por cerca de 900 pequenas propriedades de administração familiar. Segundo a prefeitura da cidade, na época em que foi instalado o programa, a criação de porcos do município produzia 1 milhão de litros de dejetos por dia, contaminando o solo e os rios.

Para reduzir a poluição nos municípios, o Gestar desenvolveu uma campanha para identificar todas as nascentes da região. Hoje, os cinco municípios são georeferenciados por satélite e todas as nascentes estão protegidas. Segundo o secretário de Desenvolvimento Sustentável, o georeferenciamento também está sendo utilizado para fazer o planejamento das propriedades.

Além da construção dos biodigestores, para dar destino aos dejetos produzidos pelos suínos, os produtores estão sendo incentivados a também criar gado de leite para diversificar a produção e evitar a dependência econômica. (MMA)