Fome Zero e programas de complementação de renda atenderão a 4,5 milhões de famílias este ano

24/04/2004 - 8h54

Brasília, 23/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - O programa Fome Zero começa a apresentar bons resultados e, até o meio do ano, junto com os programas de suplementação de renda, estará atendendo a quatro milhões e meio de famílias situadas abaixo da linha de pobreza. A in formação é do secretário de Segurança Alimentar e Nutricional, José Giacomo Baccarin, em entrevista exclusiva à Radiobrás.

Ele comentou os elogios que o Banco Mundial (Bird) fez à iniciativa do governo Luiz Inácio Lula da Silva de combater a fome no país. O presidente do banco, James D. Wolfensohn, disse que os brasileiros precisam ter paciência em relação ao Programa Fome Zero, porque os resultados vão começar a aparecer aos poucos. Baccarin está certo de que estes resultados já estão se concretizando. A seguir, os principais trechos da entrevista:

Agência Brasil - Como o senhor vê a crítica elogiosa do Bird ao Fome Zero?

Baccarin - Eu tenho ouvido estas críticas positivas, inclusive do presidente do Bird. O Fome Zero já começa a dar bons resultados esse ano, nós já atingimos com os programas de suplementação de renda no Brasil 3 milhões e 600 mil famílias, chegaremos no meio do ano em 4 milhões e meio de famílias das famílias abaixo da linha da pobreza. É um alcance muito grande que conseguimos já no segundo ano de governo. Além disso, estamos adotando outras políticas, políticas de geração de emprego, geração de renda, políticas com caráter mais duradouro pra fazer com que ao longo do tempo o número de famílias pobres diminua.

Agência Brasil - Então essa declaração que o presidente voltou a dar em Manaus, no Amazonas, de que as 11 milhões de famílias que precisam comer vão ser plenamente atendidas será cumprida até o final do governo?

Baccarin - Sim, serão plenamente atendidas e eu diria o seguinte: a nossa meta é atender todas as famílias abaixo da linha da pobreza e, ao mesmo tempo, implementar ações para que diminua o número de famílias abaixo da linha de pobreza. O sucesso vai ser garantido assim, quando agente conseguir reduzir consideravelmente o número de famílias abaixo da linha de pobreza.

Agência Brasil - Então, o objetivo não é só atender essa demanda emergencial de combate a fome? Tem outro trabalho também no governo que é para qualificar se as pessoas vão precisar receber essa ajuda é isso?

Baccarin - É isso. Acho que o outro caminho é, junto ao atendimento emergencial já que o nome indica tem que ser imediato, você tem quer ter uma política de suplementação de renda. Assim como a gente adota para para populações específicas como acampados atingidos por flagelos, os flagelados do nordeste, a seca no sul, medidas imediatas como a distribuição de cestas de alimentos, e medidas mais duradouras. No ano passado, o governo distribuiu 1 milhão e 300 mil cestas. Então, tem políticas emergenciais e ao mesmo tempo estão sendo consolidadas políticas mais duradouras como um incentivo à agricultura familiar.

Agência Brasil - Parece que o governo disporá este ano de R$ 75 milhões especificamente para agricultura familiar como é que os recursos ser ão utilizados?

Baccarin - Este dinheiro é conseqüência da lei 3.693, artigo 19, que foi aprovada em 2 de julho de 2003. Esta lei permite que o governo compre, sem licitação, até dois mil e quinhentos reais de agricultores familiares. Isto para a agricultura familiar do Brasil significa mais do que dobrar a renda anual. Ao dobrar a renda, gera emprego e renda no campo. Além disso, você aumenta a produção de alimentos, com isso você evita qualquer demanda de aumento de feijão de arroz e de leite no setor. Além de garantir o abastecimento no setor urbano. Trata-se de uma política bastante adequada para os agricultores familiares, especialmente aqueles mais pobres que tem a renda muito baixa. É interessante notar4 que, no começo do ano, uma parte das cestas de alimentos que foram distribuídos para os flagelados do nordeste o governo comprou dos agricultores familiares.