Rio,10/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - Os 3,7 mil exames de controle de doping realizados por ano nos atletas brasileiros em mais de 500 competições apresentam resultado médio inferior ao índice considerado aceitável em nível internacional, que é de 1% a 2%. A informação é do médico Eduardo Henrique De Rose, do Comitê Olímpico Brasileiro, um dos maiores especialistas em Medicina do Esporte no país. Ele fez palestra no I Acad - Congresso e Exposição, organizado pela Associação Brasileira de Academias (Acad), aberto no último dia 8 pelo Ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, com o objetivo de especializar e profissionalizar o setor.
De Rose revelou que as estatísticas brasileiras de controle de doping apresentam taxas de 0,45% a 0,47%. Embora sejam feitos muitos exames no país, as médias são muito boas, disse ele. O especialista alertou os professores das academias sobre o perigo que representam os anabolizantes para a saúde, mostrando que estudos efetuados nas cidades de São Paulo e Porto Alegre identificaram entre 15% e 20% de exames positivos.
As pesquisas constataram que o hábito de usar anabolizantes já está surgindo entre estudantes dos níveis médio e secundário, com o objetivo de ganhos de massa muscular. De Rose afirmou que a partir de maior qualidade científica aliada à nutrição, os professores podem provar a seus alunos que os anabólicos são dispensáveis. Ele citou como exemplo o caso do fisiculturista paulista Zé Carlos, três vezes campeão mundial na categoria, que não toma nenhum tipo de anabolizante.
O médico lembrou que os anabólicos prejudicam a saúde e podem causar problemas na área cardiovascular, como hipertensão arterial e enfartos precoces, além de problemas hepáticos e hormonais.