Deputado quer mais policiamento em região de conflito em Rondônia

10/04/2004 - 20h42

Juliana Cézar
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O deputado federal Eduardo Valverde (PT-RO) lembrou hoje da necessidade da Polícia Federal aumentar o efetivo no estado de Rondônia. Para ele, o reforço no policiamento poderia ter evitado os recentes confrontos entre garimpeiros e índios de etnia Cinta-Larga em uma área de exploração de diamante, ao sul do estado, na divisa com Mato Grosso.

Pelo menos três garimpeiros foram mortos nesta semana na região, depois de invadir a reserva indígena Roosevelt, nas proximidades no município de Espigão D´Oeste (RO). Na tarde de hoje, um índio acusado de ser autor da chacina chegou a ser agredido pelos garimpeiros da cidade, mas já está sob proteção policial. De acordo com o superintende da Polícia Federal em Rondônia, Marco Aurélio Moura, 50 policiais federais serão deslocados para a região, que hoje conta com um efetivo de 30 agentes.

"Há quatro meses, vínhamos alertando a Polícia Federal. Os caminhos alternativos favoreceram a entrada dos garimpeiros na reserva e o confronto com os índios que exploram ilegalmente o diamante", acredita Valverde, atual coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas.

De acordo com o deputado, a Polícia Federal de Rondônia precisa de efetivo com pelo menos 200 agentes. Na segunda-feira, Valverde irá propor no Congresso Nacional a análise urgente dos projetos de lei que tratam da regulamentação do garimpo de diamante no estado.

"Precisamos definir se vai ser possível liberar a área para exploração mineral, quem terá essa concessão e quem se beneficiará dela", afirma o deputado. Em novembro de 2003, a Polícia Federal prendeu um agente da própria corporação e quatro empresários suspeitos de envolvimento na extração ilegal de diamantes na reserva indígena Roosevelt.