Trabalhadores do MTL em Pernambuco pedem inclusão no programa de reforma agrária

30/03/2004 - 17h41

Recife, 30/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Cerca de 100 trabalhadores do movimento Terra, Trabalho e Liberdade, que ocupavam a sede do Incra há 24 dias, decidiram hoje trancar os portões do prédio do instituto para impedir a entrada dos funcionários.

Com a medida, o expediente precisou ser suspenso. Os trabalhadores querem vistorias de 170 áreas destinadas à reforma agrária. Alegam que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária não assentou família do MTL no ano passado.

O superintendente do Instituto, João Farias, entrou com ação de reintegração de posse do prédio na Justiça Federal. Ele disse que as alegações do movimento não são verdadeiras. Garantiu que de 980 famílias assentadas, no ano passado, em Pernambuco, 100 eram do MTL. João Farias informou que a meta é assentar 6.800 famílias, em todo o estado, até o fim deste ano.

Já o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que iniciou uma série de ocupações de áreas no sábado passado, realizou, até agora, 14 invasões em Pernambuco, envolvendo cinco mil famílias.

De acordo com o líder do movimento, Jaime Amorim, a situação é tensa no município de São Lourenço, no engenho São João da usina Tiúma, que pertence ao grupo Votorantim. A justiça concedeu a reintegração de posse da área e os trabalhadores acampados podem ser despejados a qualquer momento.

Atualmente, 23 mil famílias de trabalhadores rurais do MST estão vivendo em acampamentos no estado, à espera da reforma agrária.