Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O economista Salomão Quadros, da Fundação Getúlio Vargas, avaliou hoje que apesar de os produtos agrícolas no atacado terem apresentado aceleração em março, passando de uma deflação de 1,27% no mês anterior para 0,91% positivos, e os produtos industriais terem subido bastante, o resultado mensal do Índice Geral de Preços do mercado(IGP-M) embute uma boa notícia, que é a desaceleração dos preços industriais que representam 70% do Índice de Preços por Atacado(IPA), de 1,61% para 1,49%.
"É uma boa notícia porque os preços industriais vinham subindo continuamente há 4 ou 5 meses, o que constituiu um dos fatores que levaram o Banco Central a interromper a trajetória de redução da taxa básica de juros", analisou.
Isso dá margem a que o BC possa dar continuidade à redução da taxa Selic porque o temor de que o aumento das matérias-primas industriais pudesse se alastrar foi diminuído, disse Quadros. Esclareceu, contudo, que o aumento de preços das matérias-primas industriais continua ocorrendo, mas a desaceleração observada em outros setores impediu que houvesse o "espalhamento" dessa elevação de preços.
O economista da FGV avaliou que embora o resultado mensal do IGP-M tenha subido, o saldo é positivo. Ele estima que em abril poderá, inclusive, haver um recuo da inflação pelo IGP-M. A tendência é de que o IPA industrial continue desacelerando. Já uma diminuição nos preços agrícolas no atacado vai depender de fatores como a re-avaliação da safra, indicou.