Proposta de aumento do governo beneficia apenas 900 mil servidores do Executivo, diz secretário

30/03/2004 - 19h45

Brasília, 30/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, disse que a proposta do governo de reajuste salarial só irá beneficiar cerca de 900 mil servidores do Executivo. Com essa base, o governo pode dar reajuste de até 29,38%. Os outros 150 mil servidores fazem parte das categorias que estão em negociação ou que tiveram ganhos recentes. Existem ainda 50 mil trabalhadores que, por receberem os melhores salários não vão ter aumento nenhum.

Mendonça explicou que a forma que o governo achou para corrigir distorções criadas pela falta de aumento por um período longo foi dar gratificações de desempenho. A grande queixa dos sindicalistas é que essa gratificação deixa em desvantagem os aposentados e pensionistas. O secretário afirmou que na tabela proposta já houve uma tentativa de corrigir essas diferenças, mas a grande maioria dos aposentados terá reajuste médio de 7%, abaixo da inflação do ano passado que ficou em torno de 9%.

Para a secretária executiva da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Denise Motta, a proposta do governo tem a grande vantagem de tentar corrigir as distorções. Ela alegou, no entanto, que o governo continua com um posição excludente com os aposentados. Motta também reclamou que ainda não foi preparado nenhum estudo que inclua a complementação orçamentária.

Na última semana, o ministro do Planejamento, Guido Mantega, havia prometido um estudo sobre uma complementação orçamentária para aumentar o reajuste no funcionalismo público. Na ocasião, a CUT pediu mais R$ 1 bilhão. Sérgio Mendonça disse que o estudo do governo sobre uma provável complementação deve estar pronto na próxima reunião da Mesa Nacional de Negociação, no dia 6 de abril.