Projeto Pintando a Liberdade já beneficia quatro milhões de pessoas

30/03/2004 - 12h21

Brasília, 30/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Em 1997, pouco mais de 30 detentos do presídio Piraquara, em Curitiba, no estado do Paraná, começaram a fabricar bolas de futebol dentro do
Projeto Pintando a Liberdade. Atualmente, são mais de 12.700 presos em 62 penitenciárias espalhadas pelo país. Além das bolas de futebol, eles fabricam também bolas para vôlei, futsal, basquete e material esportivo, como camisas, calções, bonés e sacolas para atender as crianças em escolas públicas do país.

O projeto beneficia mais de oito mil entidades e cerca de quatro milhões de pessoas ao longo dos últimos sete anos. O projeto deu tão certo que já está sendo exportado para outros países. Moçambique e Angola, no continente africano, e Chile, Uruguai e Paraguai, na América do Sul
começam a implantar projeto semelhante.

Representantes desses países participaram hoje da abertura do Encontro Nacional de Coordenadores Estaduais do projeto Pintando a Liberdade, aberto pelo ministro do Esporte, Agnelo Queiroz. O encontro vai até o dia 2 de abril, no auditório do Ministério, em Brasília, e os participantes vão discutir novas metas e trocar experiências.

Na cerimônia de abertura, o ministro elogiou o sucesso do projeto. "Nós estamos ampliando o programa para atender um número crescente de crianças nas escolas", afirmou. Segundo Agnelo Queiroz, o projeto Pintando a Liberdade ajuda também na recuperação de presos. A cada três dias trabalhados, um é reduzido na pena.

Alguns presos que participaram do projeto estão trabalhando atualmente como instrutores em outros presídios, como é o caso de Izolino Pereira. Ele ficou preso em Curitiba por 13 anos e agora trabalha como instrutor no presídio da Papuda, no Distrito Federal. Izolino diz que o projeto Pintando a Liberdade foi muito importante para se recuperar. "Eu não esperava essa ajuda. O projeto é uma benção de Deus. Hoje, estou ensinando e trazendo coisas boas dentro das cadeias", disse Izolino.

Este também é o caso de Eliana Gissele knoll. Ela ficou presa durante três anos por tráfico de drogas. Hoje, Eliana é instrutora para a confecção de camisetas e calções no presídio de Goiânia, em Goiás. "Esse projeto é muito importante para nós porque coloca a gente novamente com dignidade", afirmou.