Porto Alegre, 30/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Os agentes penitenciários do Rio Grande do Sul suspenderam hoje a operação-padrão e abandonaram os postos de trabalho na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).
O comando de greve alerta que os serviços garantidos dentro da cota de 30%, prevista em lei, podem ser suspensos nas próximas horas nas demais penitenciárias do estado. O presidente do sindicato da categoria, Djalma Gautherio, reforçou: a ameaça será cumprida se a Polícia Militar assumir o Núcleo de Segurança Pública em Porto Alegre, e transportar presos para audiências públicas.
Em greve há nove dias, os servidores da segurança pública do Rio Grande do Sul formularam nova proposta que será entregue hoje, ao governo do estado. Eles reivindicam 28% de reajuste, parcelado em duas ou três vezes, ou um abono mensal em torno de R$ 200, até a definição de uma nova matriz salarial.
A proposta foi definida ontem (29), em reunião com os comandos do Interior, dirigentes sindicais da Polícia Civil, do Instituto-Geral de Perícias (IGP), da Polícia Militar e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
Serviços de setores básicos do estado estão seriamente comprometidos com a paralisação dos servidores da segurança pública. O número de exames de lesões corporais na Capital caiu de 400 por dia para apenas 12. A emissão de carteiras de identidade diminuiu de 900 para 300 e não estão sendo feitas perícias em carros e armas. Não foram afetados os serviços que envolvem casos de homicídio, como a remoção de cadáveres.