São Luís, 27/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O gerente de Segurança Pública do Maranhão, Raimundo Cutrim, informou que o mecânico Francisco das Chagas Rodrigues de Brito, de 39 anos, confessou, durante a madrugada, mais três assassinatos de meninos em São Luís, elevando para nove o número de mortes a ele atribuídas. Do total, 23 garotos foram mortos em São Luís desde 1991.
Segundo o delegado, Francisco confessou que os meninos foram espancados com pauladas na cabeça. O delegado Raimundo Cutrim disse que o assassino é réu confesso e matou suas vítimas friamente.
Durante as escavações ontem no quintal da casa do mecânico Francisco das Chagas foram encontradas mais três ossadas, em locais diferentes. Francisco já é acusado de seis homicídios. O mecânico disse ter assassinado, entre eles, o garoto Daniel Ribeiro, de quatro anos de idade. A camisa encontrada na casa do mecânico foi reconhecida pelo pai de Daniel, Domingos Ribeiro.
Raimundo Cutrim disse que as investigações sobre os casos dos meninos emasculados no Maranhão vêm sendo feitas por meio de um trabalho conjunto da polícia civil, polícia federal e Ministério Público.
O gerente acrescentou que os novos fatos levam a crer que o mecânico Francisco das Chagas pode estar envolvido em outras mortes de meninos. "Diante dos fatos, ele será chamado para novo interrogatório", explicou Cutrim.
Francisco das Chagas está preso desde dezembro, por ser o principal suspeito da morte de Jonnathan Vieira dos Santos. O jovem foi assassinado nas mesmas circunstâncias dos demais meninos desaparecidos. O adolescente foi visto pela última vez em companhia do mecânico. Dias depois foi encontrado morto.
Os casos dos meninos emasculados em São Luís tiveram início em 1991. Até hoje, são 23 casos no Maranhão com as mesmas características: meninos com até 15 anos de idade, mortos em áreas de matagal na periferia da Grande São Luís. Em 15 casos, o assassino retirou os órgãos sexuais das vítimas.
Por medida de segurança, a polícia retirou os familiares do assassino Francisco das Chagas do local onde residem, como medida de segurança. A polícia temia que os familiares do mecânico sofressem represálias da comunidade.